quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Mais um programa a lá Abraham Weintraub



Como diz o ditado, de onde não se espera grande coisa, aí mesmo que não sai nada.
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O ministro do Dançando na Chuva, lança um arrojado programa de milhões de vagas que deverão ser supridas pelas Universidades Privadas a custa dos próprios alunos, com um detalhe, lança um programa em que o próprio nem está escrito como ele será.
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Coloca uma série de palavras como “Gestão e Resultados”, “Articulação e Fortalecimento” e “Inovação e Empreendedorismo”, além destas palavras e um papo que mais parece uma palestra de motivação profissional quando se procura na página do MEC o que significa e como será processado na prática esses itens ao se clicar nos hyperlinks aparece mensagens como “Ooops… Erro 404 Desculpe, mas a página que você está procurando não existe”, ou também retorna-se a página que estava o link quando não aparece uma propaganda da empresa contratada pelo Ministro que está fazendo a página.
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O programa é tão furado que quanto se procura a normalização do mesmo está escrito “Para tanto, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº xx, de xx de setembro de 2019 (inserir o número da portaria que será publicada)....”. Ou seja, a empresa que foi contratada recebeu a mensagem “inserir o número da portaria que será publicada” e remete a normalização a portatia xx de xx de setembro que deveria ser publicada em setembro e em outubro parece que ela ainda não existe.
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Além de toda a incompetência tanto do ministro como da sua equipe e contratados, temos que entender o que é este programa, e para entendê-lo não é necessária muita imaginação, é só estar atualizado com as picaretagens dos cursos técnicos das universidades privadas de terceira linha, pois então vamos a realidade.
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Nos últimos anos as universidades privadas estão lançando uma série de cursos sem pé nem cabeça, que “(de)formam” milhares de técnicos de nível superior que são feitos na base de cuspe e giz, ou seja, um curso técnico de nível superior, feito da forma correta, tem que necessariamente ter laboratórios dos mais diversos tipos e professores treinados em cada área. O que as universidades “privadas”, o nome privada serve também neste caso para referir um equipamento empregado nos banheiros e a proximidade dos dois sentidos não está muito longe. Bem estes cursos na sua imensa maioria não tem a mínima infraestrutura de laboratórios e os professores saltam de uma disciplina a outra conforme a necessidade das “empresas privadas de ensino” e quando começam a ganhar mais experiência são substituídos por mais novos, inexperientes e mais baratos.
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Além de tudo isto, há uma previsão do ensino a distância, que mostra a irresponsabilidade do programa, pois as aulas “práticas” são substituídas por simulações enviadas pelos professores que não dão a mínima experiência profissional.
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O programa do MEC esconde uma nova picaretagem, a atualização do “Catálogo Nacional de Cursos Técnicos”. O que está previsto para isto? Simplesmente a aceitação de nomes criativos e atrativos de cursos técnicos que serão verdadeiras ratoeiras para os infelizes que ficarem seduzidos pelo nome e pela propaganda das “empresas de ensino”.
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Para dar uma ideia como a sugestão de picaretagem vai longe, na propaganda do programa do MEC aparece por exemplo a seguinte frase “Destacam-se, nas previsões desse estudo, funções significativamente baseadas no uso de tecnologias digitais, tais como aquelas relacionadas a inteligência artificial e aprendizagem de máquina, big data, automação de processos, segurança da informação, experiência do usuário, design de interação homem-máquina, robótica, entre outras.” Imaginem o aluno formado a distância em inteligência artificial ou design de interação homem-máquina ou ainda robótica, num cursinho de baixo custo a distância sem laboratório e sem professores que realmente entendam do assunto.
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Realmente, da cabeça de um ministro que tem se notabilizado em apresentações patéticas na Internet escrevendo no Twitter coisas sem a mínima noção, realmente o que pode sair é o que se encontra nas privadas.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A Natureza odeia o vácuo. Trump e Bolsonaro não caíram ainda porque criam um vácuo.



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Qual a analogia da situação de Trump e de Bolsonaro? Os mais apressados vão dizer que os dois levam a uma política que namora fortemente ao fascismo, o que é verdade, mas no caso do presidente norte-americano as críticas e lutas de sua oposição do partido Democrata não está baseada neste fato.
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A grande preocupação dos setores dentro do establishment norte-americano e brasileiro é no desarranjo econômico que tanto um como o outro temem com a presença destes dois governantes, mas não é quanto as propostas que os mesmos tem de reforma dos poderes do capitalismo dentro de cada país, mas sim da natureza da contrarreforma que pode surgir tanto em um como em outro país. No momento em que Trump sentiu-se ameaçado por seus rivais democratas ele agiu estrategicamente colocando um impasse na contrarreforma proposta pelos seus rivais. Mas vamos analisar melhor o caso norte-americano para entendermos melhor o problema.
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Trump desde o início de seu governo vinha sendo ameaçado por um processo de impeachment, razões como a sua provável sonegação de impostos que ele sempre fez seria a solução Al Capone de derrubada de Trump, ou seja, exigir suas declarações de imposto de renda e a análise das mesmas, faria o mesmo que o governo norte-americano fez com o famigerado líder da máfia, prendê-lo por sonegação de impostos.
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Além deste procedimento poderiam ser achados outros motivos, entretanto já pensando no pós-impeachment os democratas que dominam este partido viram que com a derrubada de Trump criar-se-ia um vácuo político que no início do governo seria ocupado pela “esquerda” democrática representada pelo senador Sanders, que diferentemente do que Trump causaria um abalo mais profundo do establishment norte-americano que seria extremamente difícil de corrigir o seu rumo.
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No início da campanha eleitoral norte-americana surgiu com força o ex-vice-presidente Joe Biden, alguém que é ligado a política conservadora do partido democrata e a indústria militar, ou seja, uma oposição palatável a todos os horrores que produziu os governos Barack Obama, ou seja, o mesmo de sempre.
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Trump como é um político nato, simplesmente bateu exatamente na base que o substituiria no caso de uma próxima eleição, mostrou claramente que este político através de seu filho levou a política intervencionista norte-americana à sua origem.
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Agora qual o problema dos democratas, privados de um substituto a Trump que agradaria a todos do establishment, sobrando na campanha a senadora democrata Elizabeth Warren que é tida pelos norte-americanos (principalmente pela grande imprensa) como uma “progressista”, porém uma progressista que foi contra a vontade de Trump de retirar as tropas invasoras do país tanto da Síria como do Afeganistão, pois deveriam consultar os seus “aliados” também invasores.
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Devido a fragilidade eleitoral de Warren que vem sendo sustentada mais pela imprensa norte-americana do que outra coisa, ela pode numa disputa direta com Sanders perder as fajutas e eternamente fraudadas primárias, onde alguns milhões de eleitores do partido democrata desaparecem das listas eleitorais ou sofrem outros tipos de fraudes. Porém como Sanders apreendeu um pouco na sua última campanha provavelmente a fraude diminuirá.
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Em resumo, sem Joe Biden na campanha, desgastado por uma série bem grande de escândalos, a incerteza volta a campanha eleitoral e até pode haver o surpreendente resultado de ser indicado um candidato que a maioria do eleitorado democrata deseja, algo meio surpreendente no sistema eleitoral norte-americano e que ocorre de tempos em tempos. Falando com outras palavras, criando-se um vácuo pelo desgaste político de Trump e de Joe Biden a chance de haver surpresas crescem na campanha eleitoral norte-americana.
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Agora voltando ao nosso país, Bolsonaro, diferentemente de Trump, é de uma fragilidade imensa em termos eleitorais e até em termos de se manter na presidência até o fim do mandato, caso fosse vontade de prosperar um processo convencional de derrubada de presidentes, ou seja, um processo de impeachment, dezenas de razões poderiam ser elencadas, porém da mesma forma que Trump cria-se um vácuo.
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Bolsonaro sendo derrubado, de uma forma “legal” ou simplesmente levado a renúncia ou mesmo derrubado pelo povo (a saída mais democrática), o vácuo nunca será ocupado por seu vice que de popularidade nem para síndico de prédio se elegeria, com isto a única opção lógica para a sua substituição é o ex-presidente Lula. Este com algumas semanas de campanha eleitoral arrebataria o cargo com folga no primeiro turno, porém Lula é o candidato detestado pelo grande capital, pois seu espírito de composição com a direita deve ter ido pelo esgoto no momento que ele entendeu na pele o que o Imperialismo quer com ele.
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Desta forma Bolsonaro por mais bobagens que faça e que diga, continuará na sua posição enquanto não acharem um candidato como o Joe Biden era, porém como a base do Partido dos Trabalhadores está sentindo na pele o que representa a atual política governamental, não aceitará composições pela cabeça e pactos dos mais diversos tipos para que tudo permaneça como está.
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A direita procura desesperadamente seu representante que substitua Bolsonaro, mas devido a invasão política de um bando de acéfalos do PSL, que pouco a pouco vão migrando para climas mais agradáveis e levando com eles todo o cheiro desagradável dos seus passados.
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Artistas globais, são ventilados para o cargo, Lenins Moreno na “esquerda” aparecem na mídia e são incensados por ela, mas não deslancham, os governadores da oposição, que poderiam num ato de desespero serem cooptados para posar de uma esquerda comportada, estão sendo tão comportados que deixam um rastro de medidas antipopulares e antinacionalistas que numa campanha seriam desmistificados até por um “Cabo Daciolo” derrubaria qualquer pretensão destes “esquerdistas” tipo Lenin Moreno.
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No momento Lula está preso e ficará preso enquanto não acharem alguém que possa participar de alguma nova fraude eleitoral, pois Bolsonaro cria um vácuo e a natureza odeia o vácuo.

quarta-feira, 25 de setembro de 2019

O Brasil não está passando vergonha, é à direita internacional que está sendo desnudada.


Muitas pessoas estão se sentindo envergonhadas pelas dezenas, ou talvez chegue a centenas, de micos que Bolsonaro esboça nos seus discursos, porém as falas desavergonhadas do atual ocupante da cadeira da presidência não fazem o Brasil passar vergonha, faz sim que uma grande parte da direita internacional se coloque na defensiva.
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Bolsonaro e seus asseclas na sua ignorância e inabilidade de construir um discurso aparentemente civilizado que justifique os horrores que são cometidos por todos os países imperialistas, que interferem diretamente na política do resto do mundo, depondo governantes que não seguem as suas vontades e colocando no seu lugar verdadeiros monstros, são os maiores alvos dos horrores que Bolsonaro sempre disse e continua dizendo.
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Prender, torturar e matar opositores políticos é uma tônica da história que começa com o colonialismo para evoluir para os Estados dependentes dos dias atuais. Tivemos, por exemplo. o ditador sanguinário e ladrão Pinochet, também tivemos outro ditador com características como a Pinochet mas ainda com a violência da pedofilia com assassinato do Strossner, exemplos que se multiplicam ao longo da Terra, porém como Pinochet era mais dissimulado e somente após sua morte se descobriu que era um grande ladrão, a justificativa ideológica de combater a esquerda justificava a morte dos opositores e escondia mal e porcamente as torturas nos mesmos opositores.
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Todos estes crimes eram e ainda são encobertos pelos países imperiais, porém certamente todos dos “dignitários” destes países sabiam e nem ficavam vermelhos de vergonha em apoiar estes verdadeiros não representantes da humanidade.
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Bolsonaro diz claramente que apoia a tortura, que os seus opositores deveriam ser mortos sem julgamento, que os índios não merecem suas terras, que a população que estiver por acaso a frente de um tiro de um policial é culpada por estar naquele espaço físico na hora errada, mesmo que sejam crianças, e daí por diante.
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O atual ocupante do cargo de presidente não esconde a sua aprovação de nenhuma das ações que sempre foram feitas e que após o iluminismo ficou meio chato e inconveniente defender tais ideias, em resumo, por mais horrível que possa parecer, o que não podemos acusar Bolsonaro é de dissimulação e não dizer o que ele pensa.
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Vamos lembrar um elegante assassino genocida que ainda tem estátuas em seu país, o Rei Leopoldo II da Bélgica. Durante a Conferência de Berlin de 1885, habilmente este facínora consegue que uma parte imensa e riquíssima da África passe a seu domínio pessoal (não do Belgas, mas do rei) e de 1885 à 1908 ele cria o chamado “Estado Independente do Congo”, que mais propriamente poderia ser chamado “Estado “demonicida” do Rei Leopoldo II da Bélgica”. Poucas pessoas sabem deste Estado, mas só para resumir, durante o governo do Rei Leopoldo 1/3 da população do Congo morreu (aproximadamente 10 milhões de pessoas), fora os milhares de mutilados que tinham suas mãos e/ou pés cortados quando não produziam borracha suficiente para seus senhores brancos.
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Dezenas de historiadores Belgas defendem seu rei, dizendo que o mesmo nem sabia dos crimes que eram cometidos em seu nome, porém também dezenas de missionários, embaixadores, jornalistas relataram atrocidades que até colonialistas ingleses achavam incompatíveis com a exploração racional da riqueza de um país, nomes famosos da literatura como Mark Twain e Arthur Conan Doyle chegaram a escrever livros denunciando os crimes do Rei Leopoldo, porém até a sua morte em 1909 o Rei fez a famosa cara de paisagem e ignorou as dez milhões de mortes que serviram para o seu enriquecimento pessoal.
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Poderia falar sobre o show de horrores que aconteceu e ainda acontece na história da humanidade nos últimos 150 anos, que provariam o cinismo e dissimulação de personagens e governos sobre os milhões de mortes, seções de tortura e mutilações que foram feitos contra os mais fracos (poderia incluir as esterilizações em massa promovidas em pleno século XX pelas famosas e decantadas democracias nórdicas.
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Qual a diferença de Bolsonaro para Leopoldo II da Bélgica, só uma, um deseja e permite a morte e fala claramente de seus desejos, por mais sujos que sejam e outro escondeu atrás de um faixada de nobreza os crimes que cometeram em seu nome e a seu mando.
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No fundo poderíamos dizer, numa linguagem bem bolsonariana, que Bolsonaro é como os cães, quando faz suas necessidades não pensa em encobri-las, já os “dignitários” do Império são como os gatos, fazem as mesmas necessidades, mas procuram escondê-las jogando terra em cima.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

Qual a razão de chamar atenção de um atentado contra Bolsonaro!



Algo que está ficando claro na política nacional é que a popularidade do governo Bolsonaro está em queda livre e é possível se dar conta que não há nenhuma solução para aparar a queda do governo. O motivo não são as bobagens que Bolsonaro diz nos seus pronunciamentos, pois essas são consideradas como algo folclórico e mais inócuos e neutros quanto ao fator mais importante na sustentação de qualquer governo, a economia.
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Nos Estados Unidos, sendo um país muito mais sensível a posições escatológicas de seus governantes, Trump periodicamente emite opiniões politicamente incorretas que são combatidas por todo o mainstream mediático desde os grandes jornais as emissoras de TV, exceto a Fox News, porém como a economia norte-americana até o início de 2019 dava aparente sinais de recuperação, havendo uma diminuição de desemprego real que ainda não chegou ao ponto de haver uma recuperação dos salários anteriores a crise de 2008.
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No Brasil a situação é completamente inversa, a economia está simplesmente não dando o mínimo resultado e cada vez mais economistas que são liberais e ligados ao grande capital estão dizendo algo que seria considerado um disparate quando falado por eles mesmo.
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As opções de política internacional de aliança incondicional com os Estados Unidos e Israel, isola o país de todos os países que os parceiros que produzem superávit na nossa balança, no caso de um conflito com o Irã, ou mesmo sem este cenário mais traumático, levará uma crise nas exportações sem que os USA abra qualquer mercado ao país e Israel por ter um consumo de produtos brasileiros extremamente limitado resultará numa queda maior da economia.
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Da mesma forma, num cenário recessivo internacional, que está sendo previsto pelos grandes banqueiros do mundo, pegará toda a economia brasileiras de calça na mão, sem mercado interno, pagando para que refinem o nosso petróleo e mande como óleo diesel e gasolina, muitas vezes mais cara do que o barril de petróleo que deu origem a estes combustíveis, pagando em dólar a compra de aviões da Embraer e ainda o mais notável, pagando royalties para a energia elétrica produzida pelas nossas barragens que já tiveram todo o investimento já amortizado e estão funcionando a décadas.
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A partir de todas estas considerações e mais algumas dezenas que poderia colocar na lista, a situação econômica no fim do ano e em 2020 tende a se deteriorar ainda mais, tornando as condições de vida de 95% da população brasileira insuportáveis. Com tudo isto a popularidade real de Bolsonaro cairá em torno dos famosos 8% que por muitos é considerado um limite de sustentabilidade do governo.
Fazer um processo de Impeachment de Bolsonaro, que já tem vários motivos para ser feito, levará Mourão ao poder que será considerado uma continuidade do desastre, logo nem os 8% ele terá. Uma anulação das eleições será impossível, salvo que imensas massas saiam as ruas. Qual seria a forma mais safada de sair desta crise de governabilidade? Um atentado a vida de Bolsonaro, mas desta vez exitoso.
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Mas qual seria a vantagem? Simples, criaria um verdadeiro caos nacional e se poderia jogar nas costas da esquerda esta ação. Com o tumulto se jogaria não só o atentado nas costas da esquerda, mas também se lançaria nas mesmas costas largas a crise econômica, apesar de tanto uma como a outra hipótese serem totalmente absurdas, porém, assim como o Incêndio do Reichstag em 27 de fevereiro de 1933 que serviu para Hitler fechar completamente o regime e iniciar o horror que foi o nazismo até 1945, dando o poder absoluto para o Führer.
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Esta hipótese tem dois grandes problemas, quando Hitler assume o poder, a Alemanha já vinha se recuperando da recessão de 1929 e Hitler fez uma política econômica de privatização da economia alemã, com uma enorme diferença do que é a brasileira, esta política favorecia o Capital Alemão e não o Capital Internacional. O segundo problema é que a popularidade de Hitler não estava em baixa, enquanto a de Bolsonaro está, logo um ataque contra o presidente será lido mais como uma benesse para a imensa parte da população do que um crime e o tiro sairá pela culatra.
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Apesar do risco, a insanidade das pessoas que cercam Bolsonaro e a loucura do Guru da Virgínia é imensa, logo não podemos descartar este cenário, pois quanto mais ele for divulgado menor serão as chances de ele ocorrer e para os bolsonaristas de raiz pelo menos o seu líder permanecerá vivo, mesmo que derrubado do governo.
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Acho que Bolsonaro e aqueles que estão mais próximos (emocionalmente, não no governo) preferem que ele seja derrubado sem sua morte do que um avião ou um helicóptero sendo derrubado com ele dentro! E apesar de eu não ter nenhuma proximidade do atual presidente da república prefiro a derrubada no sentido figurado e não literal.

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Como a aproximação com a direita polui até o Intercept e este deixa de fazer jornalismo.



O artigo “O PT FOI PRAGMÁTICO PARA CHEGAR AO PODER. MAS SE RECUSA A DAR AS MÃOS NA HORA DE DEFENDER O PAÍS.” É autoexplicativo quanto a decisão correta do PT em evitar de se aproximar da direita golpista como FHC, Anastasia, Partido Novo e outros, pois o próprio artigo mostra claramente que a aproximação com a direita causa danos irreparáveis até no jornalismo do Intercept.
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Vamos mostras o porquê de uma afirmação que pode parecer isolada.
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O Intercept para promover a Vaja a Jato teve que se aproximar perigosamente da imprensa tradicional golpista, a Veja, a FSP e outros órgãos umbilicalmente vinculados ao lava-jatismo e as calúnias contra o PT e o presidente Lula, e por incrível que possa parecer há claros indícios que a reportagem escrita por João Filho se aproxima perigosamente do “modus operante” da imprensa lixo que domina o Mainstream jornalístico brasileiro e de certa forma internacional.
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Primeira coisa que se nota é que não se trata nem de um reportagem e nem assume uma posição de artigo de opinião, é uma falsa mistura de jornalismo com libelo político, começando exatamente pelo começo, pelo título de que poderíamos chamar uma REPORCAGEM, o título assume a posição de que o pragmatismo que o PT teve para atingir o poder, por conveniência foi deixado ao lado na hora de defender o país. Ou seja, um ótimo exemplo de uma mentira de manchete. 
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Por que mentira? Simplesmente porque ele toma a não participação num ato de desagravo a não sei bem o que (induz-se no interior do texto como contra a barbárie – sem definir exatamente a que o que isto se refere), pois o ato foi mais eclético e contraditório do que manifestações das base política de Bolsonaro, sem tocar por princípio em questões chaves da política e sociedade brasileira tais como a liberdade de prisioneiros políticos, o desmonte das leis sociais, o desmonte da aposentadoria e previdência em geral e mais dezenas de outros ataques a soberania e ao estado social brasileiro. A tal manifestação tinha como título “Direitos Já! – Fórum pela Democracia”, ou seja, dois valores intangíveis que em sociedades avançadas são descritos por direitos sociais concretos e não por palavras difusas. Algum manifestante que estivesse lá, poderia perguntar: “Mas quais direitos, cara pálida”. Para dizer a verdade isto seria impossível pois a entrada de quem não tivesse convite foi totalmente proibida, transformando-se um evento de “massa cheirosa”, como bem definiu a jornalista da rede Globo Eliane Cantanhêde, sobre eventos do PSDB.
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Mas a cereja do bolo da REPORCAGEM está na seguinte frase:.......Segundo a jornalista do Estadão, Sonia Racy, “fontes petistas admitiram que o partido fez forte pressão para que Haddad não fosse. Motivo: à sigla não interessa dividir o protagonismo na oposição. E ela não abre mão da bandeira ‘Lula Livre’ na linha de frente do movimento”......
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Esta frase é de dar inveja aos redatores da Folha, Veja, Estadão e outros, pois é a única informação que justifica tanto o título da REPORCAGEM, como toda ela. Ou seja, o fulano disse que beltrano disse que o sicrano falou isto. Tratam o Haddad como fosse um imbecil que se movimenta conforme intimidações do partido não supondo que o mesmo após refletir um pouco se deu conta que era uma “furada”. Talvez o Glenn deveria dar algumas noções sobre o uso de fontes para o jornalista, pois pelo menos ele sabe.
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Mais adiante, atingido pelo vírus do mal jornalismo, o autor para reforçar a sua crítica ao PT utiliza nada mais nada menos do que uma reportagem do Estado de São Paulo, um dos órgãos de imprensa mais conservadores a antipetista que existem no país.
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Culminando a REPORCAGEM vem a seguinte frase:
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“O PT é o maior partido do Brasil. Tem uma forte base social, alcance no país inteiro e, mesmo com a devassa sofrida pelo conluio lavajatista, conseguiu eleger a maior bancada da Câmara. Difícil imaginar um movimento de oposição efetiva ao bolsonarismo sem a participação do partido. Infelizmente, até aqui tudo indica que os seus dirigentes não irão se engajar nessa frente ampla por temer a perda da hegemonia.”
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Ou seja, mais uma vez uma opinião baseada em suposições sem a mínima comprovação fática.
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Cuidado The Intercept, vírus do mal jornalismo é contagioso.

Depois de visitar Lula caiu a ficha de Mélenchon.

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Depois de visitar Lula caiu a ficha de Mélenchon.

Mélenchon, um verdadeiro republicano de esquerda (já devem ter ouvido falar de outros do mesmo tipo por aqui!), depois de passar algumas semanas no México, festejando a vitória do Lopes Obrador, participando de uma série de encontros com uma esquerda mexicana que ainda está feliz para passar depois pela Argentina e lá festejar a provável vitória do kirchnerismo parece que só caiu a sua ficha quando visitou e conversou com Lula.

Há aproximadamente um ano, uma deputada francesa do Front National de direita, para simplesmente chatear os seus opositores (ela mesmo reconheceu publicamente isto) lançou uma denúncia contra 16 deputados franceses na comissão europeia pelo uso indevido de parlamentares para o uso político na política interna francesa. O caso foi examinado pelo parlamento europeu e a própria deputada voltou atrás na sua denúncia porque ela mesmo não imaginava a repercussão que teria.

No fim da campanha de Jean-Luc Mélenchon a presidência da república francesa, os responsáveis pela análise das contas de campanha, o equivalente ao TSE brasileiro, depois se uma série de perguntas ao candidato francês, deu por aceita as contas de campanha sem irregularidades, somente com recomendações. Um dos membros deste “TSE Francês”, por motivos que não se sabe ao certo, que pode ser principalmente um aceto de contas contra o presidente desta comissão de análise levantou uma suspeita sobre as contas de Mélenchon.

Após um procurador, que no caso francês é vinculado ao executivo, mandou fazer uma busca e apreensão na casa de Mélenchon e de diversos membros da equipe, daquela mesma forma que estamos acostumados nas buscas e apreensões da Lava-jato. Na casa de Mélenchon chegaram as 7 horas da manhã com no mínimo uns dez agentes de polícia e reviraram toda a casa do mesmo para procurar ninguém até hoje disse o que.

Da mesma forma, logo após também um número expressivo de policiais foram a sede do grupo político de Mélenchon, La France Insoumise, e entrando remexeram em tudo, retiraram computadores e deixaram todos os deputados do partido entrar durante a busca e apreensão, só barrando exatamente Mélenchon. Após a tentativa de barrar a entrada de Mélenchon, começou um pequeno empurra-empurra que terminou quando os policiais o deixaram entrar.

Este pequeno incidente se transformou num processo e somente após a visita de Mélenchon a Lula que ele numa entrevista pública disse claramente com todas as letras.

- Não confio na justiça.

Demorou, mas caiu a ficha.

Parte da inteligência “progressista” leu o conto de Dickens “A Christmas Carol” e acredita em fantasmas.



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Vários intelectuais de esquerda ou mesmo de centro com uma visão de um capitalismo “produtivista” parece que leram ou assistiram as diversas versões cinematográficas deste famoso Conto de Natal de Charles Dickens, escrito pelo autor simplesmente para pagar uma dívida, terminando estes intelectuais acreditar que fantasmas poderão mudar a burguesia dita “rentista” como ocorreu com o velho e avarento Ebenezer Scrooge foi mudado pelos fantasmas que lhe aparecem no meio da noite transformando-se numa magnífica burguesia “produtivista”.
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Pois bem, no “A Christmas Carol” de Dickens, o avarento Scrooge, segundo o conto transformou-se num avarento devido a problemas na sua juventude e mesmo sendo um velho miserável, um capacho seu, Bob Cratchit lhe adora e valida toda a dominação de um nojento capitalista que no fim é convertido para um simpático não sei o que.
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Então, os nossos intelectuais progressistas acreditam mais na lógica de Dickens do que na lógica do mercado, pois acreditam que um fantasma, no caso seriam a vontade de produzir para criar empregos e levar alegria a sociedade capitalista.
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Se fossemos interpretar filosoficamente esta compulsão a ser um rentista ou um produtivista estaríamos exatamente na dialética Hegeliana, onde a vontade ou espírito (Geist) que muda a realidade física, ou seja, um capitalista acorda pela manhã e pensa:
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- Por que estou somente ganhando dinheiro sem precisar trabalhar?
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Neste ponto vem a iluminação divina e ele pensa de novo:
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- Não poderia utilizar o meu dinheiro para ganhar mais dinheiro e produzir empregos e felicidade para todos?
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Claramente parece o dia da véspera do Natal de Scrooge que após ter sido assombrado pelos espíritos do Natal, resolve modificar a sua vida e deixar de ser um avarento. Em 1843, antes do manifesto comunista que foi publicado pela primeira vez em 1848, Dickens escreve o seu “Conto de Natal” e por ser um crítico da sociedade vitoriana mas não um político, um sociólogo ou um economista não tinha a mínima obrigação de abandonar uma visão idealista de se vencer a miséria ou a falta de produção fora desta proposta Hegeliana. Ou seja, não tendo a dialética materialista e os trabalhos de Engels e Marx, não haveria com Dickens pensar outra coisa além do Idealismo de Hegel.
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Poderíamos dizer que o Sr. Scrooge após o vislumbre de sua avareza e quanto mal fazia ao seu empregado, poderia pensar como um capitalista rentista brasileiro na opção de se transformar num capitalista produtivista:
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- Como vou competir com uma pequena fábrica, sem tecnologia e sem um mercado aberto a todos com os grandes conglomerados industriais que dominam o mundo?
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Logicamente o nosso Scrooge, daria os ombros e pensaria em dar um peru de natal para sua doméstica e aumentaria um pouco o seu salário para dormir uma noite sem fantasmas.
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Mas saindo da fantasia e voltando para a realidade, pensar que haverá formas de modificar a burguesia brasileira simplesmente por convicção e por afeto é pensar que existem fantasmas que aparecem no Natal.

Delay, Deny, Defend: Uma volta ao fim do século XIX.

Delay, Deny, Defend O justiçamento de Brian Thompson da United Health Care da maior provedora de planos de saúde privados dos Estados Unidos...