Como diz o ditado, de onde não se espera grande coisa, aí mesmo que não sai nada.
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O ministro do Dançando na Chuva, lança um arrojado programa de milhões de vagas que deverão ser supridas pelas Universidades Privadas a custa dos próprios alunos, com um detalhe, lança um programa em que o próprio nem está escrito como ele será.
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Coloca uma série de palavras como “Gestão e Resultados”, “Articulação e Fortalecimento” e “Inovação e Empreendedorismo”, além destas palavras e um papo que mais parece uma palestra de motivação profissional quando se procura na página do MEC o que significa e como será processado na prática esses itens ao se clicar nos hyperlinks aparece mensagens como “Ooops… Erro 404 Desculpe, mas a página que você está procurando não existe”, ou também retorna-se a página que estava o link quando não aparece uma propaganda da empresa contratada pelo Ministro que está fazendo a página.
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O programa é tão furado que quanto se procura a normalização do mesmo está escrito “Para tanto, o Ministério da Educação publicou a Portaria nº xx, de xx de setembro de 2019 (inserir o número da portaria que será publicada)....”. Ou seja, a empresa que foi contratada recebeu a mensagem “inserir o número da portaria que será publicada” e remete a normalização a portatia xx de xx de setembro que deveria ser publicada em setembro e em outubro parece que ela ainda não existe.
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Além de toda a incompetência tanto do ministro como da sua equipe e contratados, temos que entender o que é este programa, e para entendê-lo não é necessária muita imaginação, é só estar atualizado com as picaretagens dos cursos técnicos das universidades privadas de terceira linha, pois então vamos a realidade.
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Nos últimos anos as universidades privadas estão lançando uma série de cursos sem pé nem cabeça, que “(de)formam” milhares de técnicos de nível superior que são feitos na base de cuspe e giz, ou seja, um curso técnico de nível superior, feito da forma correta, tem que necessariamente ter laboratórios dos mais diversos tipos e professores treinados em cada área. O que as universidades “privadas”, o nome privada serve também neste caso para referir um equipamento empregado nos banheiros e a proximidade dos dois sentidos não está muito longe. Bem estes cursos na sua imensa maioria não tem a mínima infraestrutura de laboratórios e os professores saltam de uma disciplina a outra conforme a necessidade das “empresas privadas de ensino” e quando começam a ganhar mais experiência são substituídos por mais novos, inexperientes e mais baratos.
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Além de tudo isto, há uma previsão do ensino a distância, que mostra a irresponsabilidade do programa, pois as aulas “práticas” são substituídas por simulações enviadas pelos professores que não dão a mínima experiência profissional.
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O programa do MEC esconde uma nova picaretagem, a atualização do “Catálogo Nacional de Cursos Técnicos”. O que está previsto para isto? Simplesmente a aceitação de nomes criativos e atrativos de cursos técnicos que serão verdadeiras ratoeiras para os infelizes que ficarem seduzidos pelo nome e pela propaganda das “empresas de ensino”.
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Para dar uma ideia como a sugestão de picaretagem vai longe, na propaganda do programa do MEC aparece por exemplo a seguinte frase “Destacam-se, nas previsões desse estudo, funções significativamente baseadas no uso de tecnologias digitais, tais como aquelas relacionadas a inteligência artificial e aprendizagem de máquina, big data, automação de processos, segurança da informação, experiência do usuário, design de interação homem-máquina, robótica, entre outras.” Imaginem o aluno formado a distância em inteligência artificial ou design de interação homem-máquina ou ainda robótica, num cursinho de baixo custo a distância sem laboratório e sem professores que realmente entendam do assunto.
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Realmente, da cabeça de um ministro que tem se notabilizado em apresentações patéticas na Internet escrevendo no Twitter coisas sem a mínima noção, realmente o que pode sair é o que se encontra nas privadas.
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