sábado, 8 de setembro de 2012

A história plastificada.


As gerações de 60 e 70 não concordavam com o passado, resistiram, lutaram e até de certa forma perderam. Não concordavam com o passado, mas o conheciam, agora estamos noutro patamar, as gerações atuais, não concordam, mas também não discordam, porque o passado para eles não existe.

As novas gerações possuem o twitter, o facebook e outros, seguem o presente na ânsia de conhecer o futuro, mas esquecem que muito do futuro depende do passado. Passado para muito da atual geração é algo que ocorreu na semana passada, não no mês passado, nem muito menos no ano passado.

O imediatismo da comunicação, a quantidade de informações os impede de se preocupar com o ocorrido há dez, vinte ou trinta anos, não há tempo para verificar o que ocorre e muito menos o que ocorreu.

Segue-se ou curte-se, não se reflete!  O importante é olhar a foto ou o assunto da semana no seu facebook, nem os blogs de maior discussão estão prosperando. Pedir para alguém refletir  sobre o que ocorreu na década de sessenta ou setenta é impossível.

Plastificou-se a história, o que existiu no passado é um produto, um produto que é vendido processado, embalado e plastificado, uma visão falsa, mas palatável aos gostos do grande público.

Não que a informação não existe, ela existe e cada vez mais, e por mais paradoxo que seja, quanto mais informações existem, menos as pessoas se informam.

Seres jurássicos e anacrônicos, velhos de barbas brancas transitam por aí, poderiam estes, mesmo ultrapassados, numa verdadeira regressão aos tempos da cultura meramente oral, informar o que ocorreu ou o que pensavam os demais no passado. Porém, assim como as gerações de 60 e 70 não desejavam seguir o caminho de seus antepassados, as gerações atuais não querem saber do que passou, porque elas terão que nos próximos 15 minutos, seguir inúmeros twitters e curtir um número maior de fotos.

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