quinta-feira, 12 de dezembro de 2024

Delay, Deny, Defend: Uma volta ao fim do século XIX.

Delay, Deny, Defend

O justiçamento de Brian Thompson da United Health Care da maior provedora de planos de saúde privados dos Estados Unidos, essa ação realizada por um jovem de 26 anos, Luigi Mangione, que denominarei neo-anarquista, é interessante notar que quando a polícia prendeu Luigi ele estava com a arma, tinha um brevíssimo manifesto que tentava justificar a ação, ou seja e uma confissão escrita de próprio punho.

Apesar de fartas provas documentais, desde fotos, arma e confissão até agora a imprensa denomina-o como o suspeito ou provável assassino. Cabe-se perguntar por que todos esses pruridos na denominação de um suspeito ou um provável assassino.

Vamos procurar esclarecer por que de todo esse comportamento espantosamente correto da imprensa global e nacional, quando há um assassinato e há suspeitas que foi executado por uma organização de inspiração terrorista o muçulmano que é suspeito do crime é instantaneamente denominado ato terrorista, mesmo que o assassino não tenha sido julgado ou as investigações criminais tenham sido encerradas.

Para entender o que ocorre vamos aos fatos que já são conhecidos:

1)      As empresas de planos de saúde privados nos Estados Unidos, são conhecidas através de dezenas de livros e publicações diversas como que vendem seguros e quando o comprador precisa desse seguro elas empregam dezenas de subterfúgios para não pagar, tento que o livro “Delay, Deny, Defend” descreve vários casos assim como centenas de reportagens nas TVs norte-americanas e internacionais, artigos e vídeos na internet.

2)      Segundo pesquisa da Gallup, nos últimos 24 anos a opinião dos norte-americanos sobre sobre a responsabilidade do governo federal de garantir que todos os americanos tenham cobertura de saúde ou não, seja responsabilidade do governo federal? Entre 24 anos de pesquisa somente em cinco anos menos de 50% dos pesquisados acham que não deve ser uma ação estatal. Nos restantes dos 19 anos a média daqueles que querem medicina pública e em torno de 55,7%, ou seja, diferentemente do que se apregoa a maioria da população quer sistema público de saúde.

3)      Os norte-americanos 51% avaliam mal ou muito mal a indústria de saúde e somente 31% tem uma avaliação positiva ou muito positiva, esses dados foram tirados de uma pesquisa Gallup realizada entre 6-20 de novembro de 2024.

4)      Quando a satisfação geral sobre o custo total da assistência médica neste nos USA, surpreendentemente 81% dos entrevistados declaram-se insatisfeitos.

Em resumo, nos USA a maioria da população queria um sistema de saúde público e estão totalmente insatisfeitos (81%) com a o custo total da assistência médica nos USA, ou seja, este problema é algo que transcende a qualquer visão das classes trabalhadoras norte-americanas. Também poderíamos dizer que a saúde privada é vista com extremo maus olhos por grande parte da população.

Apesar da insatisfação geral com a assistência médica, os lobbies de saúde privada, desde os médicos as farmacêuticas impedem que haja um sistema de saúde pública universal, que se fosse análogo ao SUS, porém com recursos que são jogados pela janela em guerras eternas que a mais de meio século o Estados Unidos não ganha uma.

O sistema privado de seguro de saúde cruel ao ponto de uma seguradora, a “Anthem Blue Cross Blue Shield” chegou a pensar em “negar quaisquer reivindicações por serviços de anestesia que excedessem os limites de tempo específicos definidos para cirurgias e procedimentos.”, ou seja, se o paciente não pagasse um período maior do que o procedimento eles cobravam o excesso ou talvez (isso é uma suposição do autor, que para as operadoras tudo se espera), passariam de anestesia a uma leve analgesia (quem sabe?). Um resultado da morte do CEO foi que a operadora voltou atrás (por enquanto, né).

O sistema de saúde privado dos USA é um verdadeiro show de horrores, logo o ódio da população contra esse é significativo, fazendo que o bandido para muitos seja Brian Thompson (CEO) e o Robin Hood o Luigi Mangione.

Como a politização tanto do povo norte-americano em geral é baixa, principalmente devido a intensa doutrinação do Estado e ação criminosa da imprensa mainstream, que mente e manipula as notícias de maneira indecente, o “manifesto de Luigi” não consegue deixar claro as suas próprias déias (como ele confessa no próprio manifesto).

Como seu manifesto é curto colocarei aqui na integridade.

“Luigi's Manifesto

To the Feds, I'll keep this short, because I do respect what you do for our country. To save you a lengthy investigation, I state plainly that I wasn't working with anyone. This was fairly trivial: some elementary social engineering, basic CAD, a lot of patience. The spiral notebook, if present, has some straggling notes and To Do lists that illuminate the gist of it. My tech is pretty locked down because I work in engineering so probably not much info there. I do apologize for any strife of traumas but it had to be done. Frankly, these parasites simply had it coming. A reminder: the US has the #1 most expensive healthcare system in the world, yet we rank roughly #42 in life expectancy. United is the [indecipherable] largest company in the US by market cap, behind only Apple, Google, Walmart. It has grown and grown, but as our life expectancy? No the reality is, these [indecipherable] have simply gotten too powerful, and they continue to abuse our country for immense profit because the American public has allowed them to get away with it. Obviously the problem is more complex, but I do not have space, and frankly I do not pretend to be the most qualified person to lay out the full argument. But many have illuminated the corruption and greed (e.g.: Rosenthal, Moore), decades ago and the problems simply remain. It is not an issue of awareness at this point, but clearly power games at play. Evidently I am the first to face it with such brutal honesty.”

Na realidade o Manifesto em termos políticos só tem 165 palavras, mostrando claramente sua inconformidade com um sistema de saúde que está diminuindo a expectativa de vida dos norte-americanos enquanto as empresas enchem as burras de dinheiro.

O Manifesto de Luigi é singelo e sincero, não procurando teorizar sobre o processo pois ele confessa que não tem base teórica para fazer mais adiante, porém o que ele mostra que por mais equivocada que foram suas ações ele lutou com as armas que tinha, ou seja, ele não é um teórico mas sim um homem de ação.

Esse voluntarismo revolucionário, produto de uma formação teórica praticamente inexistente, é o motivo por que ele ainda não foi taxado de terrorista, esquerdista, comunista, anarquista social ou mero assassino. Luigi na realidade é uma das manifestações mais primitivas de uma ação revolucionária que é olhada com medo pela classe dominante e uma certa inveja da chamada esquerda “revolucionária”. O interessante é que a própria esquerda “revolucionária” tem medo da ação de Luigi, pois devido a espontaneidade da sua ação, pode carregar muitas pessoas a comportamentos totalmente equivocados, degenerando em movimentos políticos extremamente violentos sem uma consistência nenhuma.

O que Luigi é ou vai se transformar é uma incógnita, e que sua ação vai gerar é outro problema, mas podemos dizer que ele se transformou num ativo extremamente perigoso para o status quo.


quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Passada a crise volta-se ao bom senso.

Durante o mês de janeiro, iniciando no dia 13 do mês comecei a escrever alguns textos tentando mostrar o quão natural eram os eventos de deslizamento de terra que estavam ocorrendo em Teresópolis e em Nova Friburgo, um  exemplo dessa minha preocupação pode ser visto no post http://engenheiro.blogspot.com/2011/01/deslizamento-e-mud-flow-i-comecando-por.html.

Como estava no meio da comoção, de forma oportunista vários sites “ecológicos” procuravam usar a comoção pública para atrair a suas teses sem comprovação científica. Para tanto chamaram os seus especialistas em climatologia e geologia (padres, teólogos, militantes das mais diversas formações) para que estes escrevessem artigos mostrando quão o aquecimento global causava de mal a todos os habitantes deste nosso planeta.

Um ex-padre convocado por estes sites (acho que a formação teológica e filosófica dá uma ampla base para climatologia!) prontamente escreveu algo em que ele dizia mais ou menos “o aquecimento global aumentou a incidência de chuvas nesta região e por isto os homens estão sofrendo as conseqüências” (era escrito de forma bem mais elegante, mas como não vou citar o nome nem o site vou escrever de qualquer forma. Isto tudo era afirmado sem dados sem nada só para aproveitar a desgraça de todos e chamar a simpatia para suas causas. Talvez o mesmo tenha recebido os dados direto de São Pedro!

Capa do Jornal do Brasil de 24 de janeiro de 1967, antes de ser contabilizado todos os mortos e feridos.
Depois de muito baterem no aquecimento global antropogênico, na ocupação de encostas de grande declividade e no desmatamento, já em 14 de janeiro foi publicado um artigo que mostrava claramente que o evento deste ano foi de pequeno porte quando comparado com os ocorridos em 1967 (Serra das Araras e Caraguatatuba), este artigo na época quase passou desapercebido só tendo maior divulgação no fim de janeiro e início de fevereiro quando foi replicado por diversos Blogs.


Outra página de um jornal, mostrando fotos dos efeitos dos deslizamentos nas estradas.
Para fechar a associação de malfeitores a grande imprensa, também caindo no sensacionalismo, "esqueceu" o que tinha publicado no passado e falava como os eventos fossem mera novidade e o pior acidente ecológico no Brasil de toda a sua história (culpando os políticos e os administradores pela incapacidade e todos pelo aquecimento global).

Foto de jornal mostrando ônibus atingido pelo deslizamento.


Como ficou a Serra das Araras depois das chuvas de 1967.

Para concluir e mostrar que este tipo de acidente é natural e característico da região, sugiro um excelente trabalho apresentado pelo Professor Luiz Bressani da UFRGS, no Workshop Geológico-Geotécnico das Catástrofes naturais de Santa Catarina em 14 de abril de 2009, que getilmente foi-me permitido publicar suas imagens que vou reproduzir só uma.

Escorregamento em um morro coberto de mata de Porte em Gaspar - Santa Catarina.
Nesta foto fica claro que mesmo numa mata que não sofreu nenhuma alteração pode ocorrer deslizamentos independente da ação do homem.



sábado, 22 de janeiro de 2022

O desastre do mês (03/2011).


Sempre dentro do espírito de levar mais intranqüilidade aos tranqüilos lares  mostrando brigas domésticas não são nada perante a desgraceira que a natureza pode nos ofertar, vamos ao nosso desastre do mês.

Como poderemos ver na figura a seguir editada pelo U.S. Geological Survey (Traduzindo: Serviço Geológico dos Estados Unidos) representando a posição dos terremotos em toda a Terra durante uma semana, vê-se que a principal ocorrência se dá no chamado círculo de fogo, que circula o pacífico.
Figura do USGS - http://earthquake.usgs.gov/earthquakes/recenteqsww/
Porém se olharem com cuidado à esquerda e embaixo da figura, nas chamadas ilhas Sanduíche do Sul acorreu um terremoto de intensidade 5,2 na escala Richter. Terremotos desta escala são considerados moderados e ocorrem uns 800 por ano, logo nada que nos preocupe.
Desenho da posição dos terremotos nas ilhas Sanduíche do Sul http://neic.usgs.gov/neis/bulletin/neic_b0001ql7_l.html 
Agora para tirar o sossego de muitos, uma região que ocorre terremotos nesta e em escalas maiores, por exemplo em 2 de janeiro de 2006 ocorreu nesta região um terremoto na escala 7,4, que já é um terremoto grande com grandes efeitos. Tanto o da semana como o de 2006 foram terremotos profundos 10km o de 2006 e 76km o da semana passada, não geraram tsunamis, porém nada impede que aconteça um terremoto superficial de grande intensidade e com isto teríamos a geração de um Tsunami que rapidamente chegaria as nossas costas. Como o nosso sistema de alarme simplesmente não existe, vou dar uma dica, se vocês estiverem na beira da praia e virem o mas se afastando rapidamente deixando uns duzentos ou mais metros a descoberto, não procure a sua sandália ou a carteira embaixo do guarda sol, corram.


Histórico dos terremotos ocorridos nas ilhas Sanduíche do Sul a partir de 1900.


sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Ganhadores: A greve negra de 1857 na Bahia. Ao Brasil da Uberização de 2019.



O historiador João José Reis há pouco tempo um livro, que ainda não li, mas que já gostei, sobre o título de “Ganhadores: A greve negra de 1857 na Bahia.” Onde ele relata a primeira greve do Brasil que se tem conhecimento até os dias de hoje. O próprio autor chama atenção que diferentemente de outros pequenos movimentos grevistas, que ocorreram anteriormente, o movimento dos chamados “Ganhadores”, que eram pessoas que trabalhavam sem a imposição de um feitor, que existiam nas fazendas, pagavam por semana um dado valor ao seu proprietário, podendo ficar com o excedente do seu trabalho e na maior das vezes se mantinham (alimentos e roupas) por conta própria.

É interessante tanto a caracterização do tipo de trabalho, um passo intermediário entre o escravo que não recebia nada por seu trabalho, para um escravo que retirada uma mais valia incrivelmente alta, ele recebia uma parte como um proletário normal. Estes escravos Ganhadores, exerciam diversas atividades, desde o simples transporte de cargas, até atividade de profissionais, como pedreiros, marceneiros e até mecânicos, sendo que em Salvador a maior parte era de carregadores de pessoas em cadeiras, subindo e descendo as ladeiras da cidade (o preço era mais ou menos estipulado pelo trajeto).

Porém o mais interessante de tudo, foi o motivo e a forma que estes escravos escolheram para protestar, não fugindo para quilombos nem em revoltas organizadas como a mais conhecida Revolta dos Malês, ocorrida quase meio século antes da greve.

Também é interessante fazer uma relação entre estes escravos de ganho, os Ganhadores, e os atuais entregadores de refeições de bicicleta que embora estes últimos não sejam de propriedade de ninguém, a forma de exploração se aproxima muito, ou seja, ganhos extremamente baixos e um trabalho exaustivo de subir e descer ladeiras com bicicletas com cargas pesadas nas costas. Também os Ganhadores, muito deles possuíam suas próprias ferramentas, não moravam com seus proprietários e pagavam grande parte do valor de seu trabalho para os proprietários.

Podemos dizer que 167 anos depois da greve dos Ganhadores, as condições de trabalho se aproximam rapidamente, com as políticas neoliberais, mostrando que os nossos Ganhadores do século XIX, os primeiros brasileiros que executaram uma greve bem sucedida, historicamente as milhares de movimentos operários que a sucederam, resultaram em ganhos que se mostram efêmeros, pois enquanto houver escravos ou proletários e proprietários dos meios de produção, no caso dos 

Ganhadores os próprios corpos dos escravos, todo e qualquer movimento para garantir melhores condições de trabalho poderão retroceder conforme as necessidades dos proprietários.

A comparação entre os escravos de ganho e os atuais trabalhadores uberizados é inclusive achada procedente pelo autor desta excelente obra que mostra a história das classes dominadas e não histórias de reis e rainhas e grandes generais ou proprietários.

sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Pequenas recomendações sobre a educação nas redes sociais.



No século passado, antes da existência das chamadas redes sociais, as pessoas eram muito mais sociabilizadas do que atualmente, a impessoalidade e também o aparente anonimato criou uma forma de comportamento que se dissociou do que se chamava boa educação nos séculos passados, como já tenho bem mais de meio século de existência me permito a transmitir algo que a vida me ensinou.
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Dizer que no passado as pessoas eram mais bem-educadas é um erro, porém os mecanismos de contensão social agiam reprimindo diretamente os mais mal-educados. Por exemplo, se alguém era completamente estúpido com os outros, mais cedo ou mais tarde ele levava um tapa na cara, uma reprimenda direta de um superior ou mesmo uma surra (quando não levava um tiro ou uma facada).Mesmo quem era simplesmente grosso e não seguia as normas de conduta sofriam reprimendas, ironias ou somente caras fechadas, que para pessoas normais servia como alerta.
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Muitos utilizam eufemismos do tipo: “Mimimi” ou “sou contra o politicamente correto”, para simplesmente esconder a sua "falta de educação" ou "distúrbios sérios de comportamento". Para o segundo tipo de comportamento sugiro que as pessoas procurem um tratamento psiquiátrico, então ficarei restrito às pessoas normais que simplesmente perderam um pouco do senso de ética e a educação pelo uso intensivo das redes sociais.

Nos dias de hoje, as redes sociais servem como uma verdadeira máscara ou mesmo uma aparente couraça de proteção a atos antissociais. Quantas pessoas de má índole utilizam as redes sociais diretamente ou até indiretamente para desfazerem laços afetivos sem precisar dizer diretamente às suas “paixões” que desistem da relação. Na verdade, neste caso quem sairá em vantagem são aqueles que recebem o distrato impessoal, pois quem utiliza meios impessoais para romper laços amorosos não deveria ter quem os amassem.

Mas como não sou conselheiro sentimental, volto logo ao objetivo central do texto, o uso das redes sociais de forma indevida para quem não teve uma educação formal clássica ou teve progenitores que simplesmente eram também inábeis e mal-educados (vide a “famiglia” Bolsonaro).

Eu, desde a mais tenra idade, fui ensinado por minha avó, um anjo de criatura, que jamais deveríamos apontar o dedo para qualquer passante nas ruas que tivesse alguma diferença de comportamento, status social, complexão física ou qualquer outro tipo minoria. Este tipo de comportamento fui educado mesmo antes de ser alfabetizado. Ou seja, antes da década de sessenta do século passado já sabia que isto era má educação. Importante notar que neste tempo não existia nem a expressão “politicamente correto”, mas sim de boa educação.

Mais tarde apreendi que éramos responsáveis por nossos atos, ou seja, como não existia a chance do anonimato, todos nós éramos diretamente responsáveis por palavras, posições políticas e sociais que defendíamos individualmente ou mesmo em nome de coletivos que eram nominados, os fenômenos de contas fantasmas nas redes e mentiras propagadas via replicação de escritos por anônimos. Por este motivo sugiro que todos, quando possível, ao emitir uma opinião qualquer utilize o seu nome e sobrenome, coisa que faço regularmente quando escrevo ou falo via Internet.

Mas há outras recomendações que apreendi com o tempo, que passo aqueles que querem manter a sua imagem pelo menos limpa na rede. Sofrer o contraditório por pessoas que se põe contra a nossas opiniões e que se manifestam no mesmo nível, com educação e sem anonimato, devem ser consideradas e refutadas, ou até confessado imediatamente o seu erro, pois o erro é algo da natureza humana.

Um pouco de educação formal não faz mal a ninguém, em discussões cara a cara, geralmente as pessoas se cumprimentam e dão uma noção de quem é o seu interlocutor, quando acontece algo semelhante nas redes sociais, geralmente por preguiça, ninguém cumprimenta ou se apresenta, entra solando sem a mínima introdução.

Sempre ao propor um debate de opiniões, faça da forma mais honesta possível, não escondendo suas posições ou tentando vender gato por lebre.

Ao interromper temporariamente uma discussão, dê uma pequena explicação porque tem que abandonar a discussão e se despeça educadamente, a despedida pode ser até um pequeno “tchau”, mas não saia sem dizer nada.

Outra coisa que aprendi nas redes fazendo um debate franco e educado com pessoas que estão em posição completamente opostas as nossas, que a capacidade de mudar a opinião, se os argumentos forem honestos é muito maior do que se pensa.

Há uma peculiaridade que poucos se dão conta, há pessoas honestas que refutam nossas opiniões e por serem mais toscas, apelam em parte para desaforos e até insultos. Estas pessoas por formação tem a necessidade do uso de uma linguagem mais agressiva, não deixe barato, faça uma longa argumentação correta e educada e no fim desta reaja com a mesma violência que do seu interlocutor ou até um pouco mais, que terás uma surpresa, na maioria dos casos ele vai abrir mão dos desaforos e entrar num debate civilizado. Estas pessoas que argumentam e junto com a argumentação intercalam desaforos querem alguém que debata com eles e não se submeta a intimidação. Importante, desenvolva o seu raciocínio sempre no início e deixe os desaforos para o fim, nunca inverta a ordem.

Quando for discutir sobre um assunto que não tenha domínio absoluto, comece a discussão simplesmente deixando claro a sua posição de falta de expertise no assunto, pois é mais fácil aparentar menos no início do que mostrar que não sabes durante o debate.

Poderia seguir em algumas recomendações sobre debates civilizados nas redes sociais, só vou dizer algo, nunca debata contra frases toscas que são postadas nas redes, que a chance de estar respondendo para um robô são muito grandes.

Obrigado pela atenção.

Delay, Deny, Defend: Uma volta ao fim do século XIX.

Delay, Deny, Defend O justiçamento de Brian Thompson da United Health Care da maior provedora de planos de saúde privados dos Estados Unidos...